Cartas Anônimas

Não te envolvo mais Já não podes me tocar E teu toque já dilacerou o que De ti em mim restou Nas lágrimas em q te provei No soluço em que meu orgulho se ergueu Já não podes ferir O que meus olhos não esquecem E que minha boca Sentiu no gosto No suor do teu corpo A mistura de teu pranto Já não temos “nós” E a perda sepulta em mim A fala A mágoa Que não quer se apagar Na cicatriz de nossos abraços Estamos nós E quem somos nós A lembrança de tantos sonhos A alegria de muitos planos Ou apenas nas palavras Ferinas que nos trocamos E nos perdemos.

Pelas frestas No brilho de cada casa Entres os prédios Sob o véu da noite Lá ao longe Distante No vazio onde os olhos não chegam Se perdem No horizonte Estão os gritos As questões Intocáveis Por trás da face Que te cega Estou eu Vagando no infinito De meu desconhecido Entre as sombras, o calafrio Do silêncio No emaranhado de meus Pensamentos...

Desliza Corre por entre meus medos Desejos Suando minha pele Me despe Me fere com a mordida ]de teu descontrole Me usa Manipula Não foge Me cobre com tuas palavras Sussurros Gemidos E me guia Cala minha boca Com os dedos de tuas vontades Meus vacilos Entre pernas e vestes Lençóis que não escondem Amarras que não machucam Calafrios Queima no frio de meu suor Debruça sobre mim A malicia de teus olhos Me olha Mastiga minhas fantasias Devora meus segredos Surrupiando nos cantos de minhas vergonhas No calor de minhas partes úmidas No fervor Do que já não posso descrever Não fuja...

Esperei adormecer Esperei acordar De seus pesadelos Vieram perguntas De minha rotina Vieram respostas Na diferença No perder caminhos entre palavras De não escutar Não somos um E seu corpo me atiça a lembrança Do que foi bom E o quanto estou sozinha Me escondendo de minhas decepções Fugindo de seus olhares que me recriminam E suas palavras que me ferem Não estou mais aqui para você...e a culpa é sua.

Não creio não posso Me mata Sufoca São palavras Minha alma que queima Meu peito que arde Em minha bca...fumaça Me perco São letras Confusa Perdidas Pensamentos que me levam p longe Que q me guiam No labirinto De minhas duvidas Não sou mais ninguém Tenho apenas O q me restou Em meus soluços escondidos Nas lagrimas camufladas Na mascara de uma vida Calada e tao intima Para não mostrar Para não ceder Para não perder Não morrer Quando nada mais vale Nem minha vida Porque morri dentro de mim E não estou morta Mas a seca Cala e fere Quando me defendo Para não ficar pior...

Tem sido difícil. Queria mudar de pagina. Quebrar o gelo, a barraca Não quebrar acara.. Quero me amarrar nos sonhos, nos sonos Nos quentes de teus ângulos Sonâmbulos Sentir que a gélida camada, Quantas palavras flechadas, Camuflam seu blefe. Tem sido difícil Viver nossa vida a dois. Sozinha, Criar minhas próprias palavras de amor Para fazer de minha historia Um romance imaginário Surreal. Noutro tempo, em varias direções no rumo do sem rumo. Tem sido difícil...